Para quem ama no escuro.

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terça-feira, 17 de março de 2015

Anjos de arame



25

          Para Tati Mancebo e Alfredo Ferreiro

Quando o ferro canta e governa o lume,
o tempo a desviver transforma o sonho.

Um monstro amputa ninhos
em noites sem ternura.
O ginete cavalga, em ermos, chaminés.
Foi desterrada a morte do areal que foi rio
e  o anjo de arame
tece um deus industrial.

Junto à boca do inferno,
diz o ferro a ritmo de relogio,
a cinza sem canção.

Que longa quiromancia de consciências perdidas!
Por nascer, uma árvore,
 por libertar, as mãos.

Amanhã dirá o vento de paredes caídas,
a chuva será o tempo da paz e o resplendor
e nascerão os céus translúcidos da vida.

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