Para quem ama no escuro.

sábado, 7 de março de 2015

A onda quarta


15

        Para Manuel Camba

Já a montanha arqueou pátria sobre o mar.
Aqui deixam as gaitas eco aberto,
intercala um universo sons de fada
e ficam silêncios por criar.
É idade de plenilúnio, de geadas,
noite em lar.

O lume sabe de retornos.
Voltou a cinza a dispersar
lembrança longa
e o achádego procura cultivar
rostos e palavras,
perdido este naufrágio no borralho,
descoberta esta arca no sentir.

           Prometem os presságios revoltas com flor de cerejeira,
no tempo verde do carvalho,
olhar de paz e luz no coração.
O lenho que hoje arde será terra
da semente plena
em sonhos por lavrar.

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