Para quem ama no escuro.

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quarta-feira, 25 de março de 2015

Fotões de água


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          Para Alexandre Brea

Do centro descentrado, e o silêncio falado
e a presença ausente, e o som acalmado, nasce a luz.

Explodir em mil ondas,
desde o vento e as sombras,
sobre o céu ser de tempo, ritmo e fractal do inverno,
e brincar com as rimas como brincam meninas,
e acelerar partículas entre a mecânica ondulatória
da tua carícia em mim,
a cores várias, na perceção única da dualidade onda-partícula.

Fotões de água na pura luz,
a incerteza básica da indeterminação quântica
sobre a mística espera,
para entrelaçar as amplitudes proibidas
e condensar dinâmicas a beira-mar
onde nasceram as vidas e os espíritos e virou luz.

Amor espetral dos paradoxos,
incertezas de Heisenberg,
quando os operadores correspondentes
a certos observáveis não comutam
e ficam os teus versos sobre mim,
mais uma vez.

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