Para quem ama no escuro.

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quinta-feira, 2 de abril de 2015

Sereias


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          Para Alba Maria Diaz

Na longa carvalheira das galaicas
legava-se o livro dos sonhos,
à ternura do sol-pôr a pé do mar.

Agora fica a terra, apenas eco.
Fica a ria a destecer este aço líquido,
o farol  breve do porto a retornar,
e fica em mim a voz de cada pedra,
a esperança da ilha a beira-mar
na nave das justiças,
 junto ao rasto vivo
das agricultoras leves da maré
com pele de alga e voz formosa.

As sereias de viveiro no minguante
cantam nas conchas alalás.

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