Para quem ama no escuro.

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sábado, 21 de fevereiro de 2015

Flores de Lama



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          Para Mónica Alzate e Juan Carlos Jaramillo

Entre a destruição e o cheiro a podre nascem flores de lama
e as luzes madrugam desde a  lagoa a nós.

A barca do cacique porta brilhos gerados na utopia,
atestados com ouro de lei cerimonial
no umbigo do mundo, em Guatavita,
 no labirinto do sol até a Anatólia, ao Sul.

É  de ritos o nome desta terra e a pegada dos mares é canção.

Dizem alalás e dança o zipa na roda das troianas sem-papéis,
no batom dos beijos não nascidos, na entranha caribe dos keltoi.

Brota o berro velho e resplandecem as armas
 e mana  o suor de Potosí,
o alento agre,
bulício de látego,
ânsia de ar até as naves de fúria e sem-perdão.

A procissão dos visados sem cantares,
estremece a chuva deste som
e fundeia na vaga o sacrifício.


Na oficina do templo há um recibo,
na cova dos cambistas fica a dor.



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