Para quem ama no escuro.

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sábado, 14 de março de 2015

A caixinha azul



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          Para  o pequeno Alejandro

Entre a matéria escura eras halo de luz.
Desatavas silêncios  no hélio de um balão
por ascender, ingrávido,  à gravidez do mundo.
Foi na hora precisa do tempo inexistente,
quando  expandias corpo e inanimavas almas
em náufragos cárceres à deriva dos sonhos.

Sem ventre, semente.
Sem crónica, crónico,
e, sem palavra, voz.
Imprópria essa dor no beijo impreciso.
Menino prendido a num mundo perdido,
a latejar o medo insubmisso  e a lágrima
em longa solidão.

Em que parede pintas as histórias de arame?
Em que cinza ficou a cor de um golpe frio?
Que vento traz carícias até a caixinha azul?

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