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Para Xavier Ponte
Em alva plena, meu cervo,
desce-me à ria nascida.
Achega-me, meu remeiro, à costa nova
e, na ilha, namora-me com um sonho,
para que a tua carícia seja proa,
achegue mar.
Beijo em ti líquen de esperas:
acarinho o sorriso desta Terra,
um esteiro de histórias permaneço
e acompanho a confraria do retorno.
Em onda ao vento,
aguardo mar.
Proclamo no teu corpo alma de esteiro,
praia longa aleitada no silêncio.
Do teu alento digo verso em sal,
e parto, sem partir, na hora alta,
retorno entornada em ave errante,
amiga sou, ribeira que abalavas
por ser mar.
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