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Para Viki Rivadulla
A praia era rasto de gaivota e pé de mulher.
Chegavam os banhistas e as ondas.
Chegavam já os canos até o mar
e a semente perdia o seu cheiro primitivo,
odor de lembranças e loureiro,
de pólvora e rocha revestida,
de alga e micélio, ferro e pão.
Perturbados horizontes entre o fumo
e o negócio de luz a planear
na velocidade, na noite, no ouro
sem espera ou amanhã,
enquanto as ondas vermelhas reflectiam
mais uma morte que as que perde o chão,
e afogavam o rochedo, mesmo a árvore,
entre sombras ainda a mariscar.
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