Para quem ama no escuro.

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domingo, 5 de abril de 2015

Voltamos


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 Para Hugo Da Nóbrega Dias

Voltamos.
Havia um muro de pedra coroado de espinhas.
Havia um templete no jardim.
E o monte sumira na distância de especuladores brancos.

Por isso perguntei à ermida e aos carvalhos tristes,
e aos penedos sós,
por espelhos de ilhas,
e tomei nome de barca nas tardes da infância e a erva livres
mimetizadas em alga, ou insectos salgados de ribeira.
E procurei pente a beira-mar,
rumo a Cortegada,
terra-povo,
viveiro de um berro feito som,
onda que revolta tempo e lua nos solstícios da noite,
uma canção.

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